foto: Parque Nacional da Chapada dos Guimarães

domingo, 15 de maio de 2011

Perdeu a chance de ficar calado.



       
               Peço licença aos leitores do Turisticamente Correto para sair um pouco do contexto do blog neste momento, mas trata-se de algo que eu gostaria de comentar aqui. No dia 04 deste mês, o jornalista Eduardo Tessler, publicou a infeliz matéria no site do Terra Magazine com o título “Caroneiros dos Ares”, matéria que causou grande revolta por partes de nós aeronautas, por ser preconceituosa e infundada. Segue abaixo o Ctrl V da matéria.

“Os caroneiros dos ares


"Caroneiros encontram assentos mesmo em aviões lotados e com overbooking. Deve ser alguma mágica"
Eduardo Tessler
De Porto Alegre (RS)
Que os aviões estão superlotados no Brasil já não chega a ser novidade para ninguém. As enormes filas nos guichês de check-in e a espera interminável para ultrapassar a máquina de Raio-X tiram a paciência de qualquer um que dependa do transporte áereo.
Na hora de entrar no avião, depois de esperar e esperar, ainda é preciso formar fila:
- Assentos das fileiras 1 a 15 do lado direito, das fileiras 16 a 31 do lado esquerdo, por favor - orienta o funcionário da companhia aérea, já sem vontade de responder perguntas de quem ficou em dúvida.
Fora das filas, os passageiros que pagaram tarifas mais caras, idosos, crianças, ou quem tem cartões de fidelidade da companhia, cartão de crédito de algum banco que tenha acordo com a companhia ou ainda os furões habituais.
Todos a bordo, sentados e com os cintos "afivelados", e a porta vai ser fechada. Calma, ainda não. É hora dos caroneiros. De repente o corredor do avião é tomado por 10 ou mesmo 20 funcionários da companhia aérea que desejam voltar para casa. Por algum detalhe de escala, o último voo daquela gente caiu naquele aeroporto. E é preciso encontrar lugar nos aviões para levar o pessoal para casa.
Só que o avião está lotado.
Às vezes no check-in o atendente avisa:
- Só tem lugar no meio, já acabaram corredores e janelas.
Sem opções você aceita. É preciso ir para casa. Encolhe bem os ombros, vai ao banheiro antes do embarque e reza para que o passageiro da janela não queira fazer xixi. Levantar naquele aperto é um desafio incômodo.
Aí os caroneiros entram no avião e "tchun", rapidamente ocupam aquele corredor que estava livre 5 segundos antes. Você pagou o bilhete e vai no meio. O co-piloto gordo risonho viaja grátis e dormindo no assento do corredor.
Os caroneiros encontram assentos mesmo em aviões lotados e com overbooking. Deve ser alguma mágica.
Caroneiro é uma praga quase tão ruim como amigo de comissário. Você está em um voo transatlântico. Pagou caro para um assento na classe executiva. Quer um pouco de tranquilidade, sossego. O dia seguinte será longo, você precisa descansar. Aí do seu lado tem um cidadão que, de cara, pede duas taças de champanhe, antes de o avião decolar. E segue a trilha etílica com vinho, vodka ou o que mais estiver à mão. A odisseia só é interrompida pelo discreto contato de um comissário, de vez em quando.
Sim, esse é o amigo do comissário. Comprou econômica, ganhou executiva pela amizade. Combinam sair para a balada no destino no dia seguinte. E você, ao lado, precisa passar 12 horas escutando conversa de bêbado. Sem dormir.
O avião perdeu o glamour. Os caroneiros ajudam a piorar sua viagem.
Na próxima vez, considere ficar em casa. Pode ser muito melhor.”
                        Com certeza a infeliz matéria não teria sido escrita se o jornalista Eduardo Tessler tivesse feito ao menos uma pesquisa a respeito do assunto antes de escrever. Quanto as ofensas como por exemplo se referir a uma categoria inteira de profissionais como “aquela gente”, bom, isso vem de casa.

                        Viajamos de graça sim, é uma cortesia que temos condicionada a existência de acentos vagos, e mesmo quando não há lugares vagos, há ainda quatro lugares nos aviões onde podemos viajar, estes exclusivos a tripulantes, dois dentro da cabine de comando e mais dois junto as portas traseiras das aeronaves. Não é mágica, é fato, por questões de segurança de vôo, passageiros não podem ocupar estes lugares.

                        Quanto aos comentários sobre nossos amigos que viajam na executiva, bom, eu não tenho autoridade para dar um upgrade de classe aos meus amigos, não é assim que funciona, meus familiares tem benefícios de concessão de passagens sim, além de um número de pessoas que não pertencem a minha família, mas para quem eu posso conceder também o benefício. A executiva em voos internacionais tem um preço diferenciado, mas não é de graça, isso faz parte da política de benefícios de cada companhia. Sobre o fato de as pessoas sentarem ao seu lado, só há um jeito de evitar que é comprando todos os acentos da fileira, quanto ao fato de as pessoas conversarem com as outras, este é um hábito do ser humano, e não um hábito exclusivo dos comissários e seus amigos e isto não faz de nós uma “praga”.

                        As preferências de embarque também não deveriam ser algo assim tão revoltante, idosos, gestantes e pessoas com deficiência tem preferência garantida por lei em todos os lugares, por que nos aviões seria diferente? Quanto aos clientes fidelidade black ou vermelha, sim, eles são clientes diferenciados, viajam muito, e pela fidelidade há uma contrapartida por parte da companhia aérea e vamos combinar jornalista, são poucos, três ou quatro por voo, eles não tumultuam o embarque. Quanto à orientação passada no embarque, fileiras 1 a 15 em uma fila e fileiras 16 a 31 em outra, a razão é apenas facilitar o embarque, se as pessoas das primeiras fileiras entrarem primeiro congestiona-se todo no corredor do avião. Não entendo qual é a dificuldade em compreender um procedimento tão simples, você olha o número da sua fileira e vai até a fila correspondente.

                        Quanto a sua retratação pública em resposta ao manifesto do Sindicato Nacional dos Aeronautas, sinceramente não me convenceu, dizendo que foi mal interpretado, já que o foco da matéria era nos passageiros e não nos tripulantes, ora, o título da matéria foi “Caroneiros dos Ares”, em quem está o foco jornalista? Dizer também que a revolta coletiva por parte dos tripulantes ultrapassou os limites do bom senso? Bom senso faltou ao senhor, quando escreveu sem se atentar a três preceitos básicos do bom jornalismo, imparcialidade, respeito e conhecimento dos fatos.

                        Link da matéria do jornalista Eduardo Tessler:

                        Link da nota do Sindicato Nacional dos Aeronautas:

                        Link da retratação


Turisticamente Correto

2 comentários:

  1. Mandou bem...
    Nossa sempre tem um mané, que nao conhece o assunto e nao sabe como funciona. Mas acha q o que ele "pensa" é o certo e pronto...rss
    Pura ignorância!!! Eu sempre digo, quer discutir um assunto com alguem, vá atrás, pesquise, converse, entenda o assunto...ai sim vc pode falar alguma coisa. Se nao, melhor ficar de boca fechada!!!
    Hum gostei do beneficio p familiares...hahaha...brincadeirinha.
    Bjo Primooo

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  2. Oi prima, não dava pra ficar sem resposta né. Um absurdo a matéria. Vixe, vai entender, eles consideram sogro e sogra como familiar de primeiro grau mas primos não rsrs. Eu que to solteiro nem tenho sogra pra colocar, ve se pode uma coisa dessa, podiam deixar trocar né rs.

    Beijo

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